Acusada de nacionalismo

Fundação JMJ rejeita “leituras abusivas” de novo selo do Vaticano e diz que não foi consultada

| 16 Mai 2023

Selo comemorativo da JMJ causa polémica nas redes sociais. Foto Direitos reservados

Após a divulgação da imagem do selo, foram vários os comentários negativos publicados nas redes sociais, alegando que a ilustração remete para o imaginário gráfico do Secretariado de Propaganda Nacional do Estado Novo e o colonialismo.. Foto © 7MARGENS.

 

A ilustração do novo selo comemorativo da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, lançado esta terça-feira pelo Vaticano, gerou fortes críticas nas redes sociais, e mesmo do bispo português Carlos Azevedo (delegado do Comité Pontifício para as Ciências Históricas), que a considerou “nacionalista” e “de péssimo gosto”. A porta-voz da Fundação JMJ, Rosa Pedroso Lima, afirma que o único objetivo da mesma “é o de promover a Jornada Mundial da Juventude” e que “outras leituras e outros objetivos são abusivos”.

A mesma porta.voz disse ao 7MARGENS que “a estrutura da JMJ não foi – nem tinha de ser – consultada para esta iniciativa do Vaticano”, mas recebeu informação do Vaticano no passado dia 5 deste mês. Este selo foi decidido tal como, acrescenta, se decidiu e concebeu “o selo que vai promover, em Portugal, a JMJ Lisboa 2023 e emitido pelos CTT” em 2022, um ano antes da Jornada.

Selo, filatelia, JMJ

Selo comemorativo da JMJ, lançado pelos CTT em agosto 2022.

Tal como o 7MARGENS noticiou, o selo mostra Francisco e diversos jovens e crianças no lugar dos exploradores representados originalmente no Padrão dos Descobrimentos. Após a divulgação da imagem do mesmo, foram vários os comentários negativos publicados nas redes sociais, alegando que a ilustração remete para o imaginário gráfico do Secretariado de Propaganda Nacional do Estado Novo e o colonialismo.

“Certamente o Papa Francisco não se identifica com esta imagem nacionalista” que “contraria a fraternidade universal”, reagiu Carlos Azevedo, citado pelo Diário de Notícias esta terça-feira. O bispo, que exerce as suas funções no Vaticano, considera que o selo “recorre a uma obra muito conotada” e “evoca epicamente uma realidade pastoral que não corresponde a esse espírito”.

Em declarações à agência Lusa, citadas pelo mesmo jornal, a porta-voz da Fundação JMJ explicou por seu lado que “o selo foi feito por um ilustrador italiano, Stefano Morri, que tem trabalhado muitas vezes” com o Serviço de Filatelia e Numismática do Vaticano e cuja leitura para a ilustração do selo é “uma imagem do Papa num monumento de Lisboa, simbolizando, numa espécie de alegoria, a barca de S. Pedro e o Papa conduzindo os jovens e a Igreja para uma nova época”.

Para Rosa Pedroso Lima, “haverá sempre várias leituras sobre o que quer que seja numa obra de arte, seja ela um selo ou uma ilustração. Esta é a leitura que o Vaticano faz e o objetivo é o de promover a Jornada Mundial da Juventude. Outras leituras e outros objetivos são abusivos em relação às intenções expressas pelo Vaticano”, sublinhou.

A porta-voz da Fundação acrescentou ainda que “o Papa Francisco é um Papa empenhado no respeito, na quebra de muros, no alargamento de fronteiras, na comunicação de povos, culturas e religiões, e essa é a mensagem fundamental do Papa. Sempre foi, continuará a ser e será na Jornada Mundial da Juventude”.

Notícia atualizada às 22h30 de dia 16, com as declarações da porta-voz da JMJ ao 7MARGENS.

 

Um dia para conhecer a ecologia integral e aprender a pô-la em prática

Encontro da Rede Cuidar da Casa Comum

Um dia para conhecer a ecologia integral e aprender a pô-la em prática novidade

Porque o Planeta é de todos e todos são chamados a cuidar dele, a REDE Cuidar da Casa Comum vai realizar, no próximo dia 30, o encontro nacional “Também Somos Terra”, para o qual convida… todos. O evento terá lugar no Seminário de Leiria e será uma oportunidade para conhecer melhor o conceito de ecologia integral, em particular na vertente da economia social e desenvolvimento comunitário.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Com a complacência do Governo Modi

Violência contra cristãos bate recordes na Índia

Nos primeiros oito meses deste ano o United Christian Forum (UCF) documentou 525 incidentes violentos contra cristãos em 23 Estados da Índia, quando em todo o ano de 2022 o mesmo organismo havia registado 505 ocorrências. A maioria dos ataques (211) teve lugar no Uttar Pradesh. Perto de 520 cristãos foram detidos em todo o país ao abrigo das leis anti-conversão.

Que mistério este, o coração humano

Que mistério este, o coração humano novidade

Acreditamos na paz, na humanidade, em nós próprios, em Deus, em deuses, no diabo, na ciência. E é legítimo. Sem dúvida. Somos livres, e livres de buscar a verdade conforme nos apraz. Assim, deixamo-nos levar por normas, por credos, por mestres de todas as cores e feitios; submetemo-nos livremente a uma entidade, a uma ideia, na perspetiva de que isso nos aproxima do grande mistério do universo.

Comunidade Bahá’i denuncia “hipocrisia” e “desrespeito” do Presidente iraniano na ONU

Perseguição dura há 44 anos

Comunidade Bahá’i denuncia “hipocrisia” e “desrespeito” do Presidente iraniano na ONU novidade

Quem ouvir o discurso que o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, fez na semana passada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, mostrando o Alcorão, defendendo a igualdade e apelando ao respeito pelas religiões em todo o mundo e à não violência, poderá ser levado a pensar que o pais está finalmente no bom caminho quanto ao respeito pelas minorias religiosas. Infelizmente, não é o caso, alerta a Comunidade Bahá’i Internacional (BIC, na sigla inglesa), para quem “a hipocrisia de tirar o fôlego do governo iraniano deve ser denunciada. Se o governo iraniano acredita que todas as pessoas são iguais, porque tem perseguido sistematicamente a comunidade bahá’í do Irão durante os últimos 44 anos?”, questionam.

Comunidade Loyola: um sistema montado para vigiar, punir e abusar

Os estragos do padre Rupnik (2)

Comunidade Loyola: um sistema montado para vigiar, punir e abusar novidade

A existência canónica da Comunidade Loyola é reconhecida em 1994, mas nessa altura havia já um percurso de cerca de dez anos atribulados em que se combinam a busca do carisma, a adesão de mulheres, umas mais entusiasmadas do que outras, e uma prática de abusos espirituais e sexuais por parte daquele que fez as vezes da superiora – o padre jesuíta esloveno Marko Ivan Rupnik.

Agenda

There are no upcoming events.

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This