A imagem de Maria de Nazaré foi descoberta por uma mulher há cerca de dez anos num aterro sanitário no Norte da Mongólia. Foto © DR/AsianNews.
Uma imagem de Maria de Nazaré descoberta há cerca de dez anos num aterro sanitário no Norte da Mongólia foi, este ano, a referência natalícia para a minúscula comunidade católica daquele país asiático.
A história é contada à agência AsiaNews por Giorgio Marengo, de 48 anos, o mais jovem cardeal, nomeado na última leva de purpurados: “Iniciámos o nosso Natal em 8 de dezembro, todos juntos, consagrando a Mongólia à Senhora, em frente da estátua da Imaculada Conceição [que foi] encontrada no lixo”.
“A estátua — conta o prefeito apostólico de Ulan Bator — foi descoberta por uma mulher não cristã, mãe de 11 filhos, que tinha tido algum contato com as freiras de Madre Teresa.”
“Remexendo no lixo descarregado do camião, como fazem os pobres em todas as latitudes — prosseguiu o cardeal — ela deparou-se com um estranho invólucro de tecido à sua frente. Ao abri-lo, encontrou esta bela estátua da Imaculada, em madeira, com 62 cm de altura, muito bonita. Sem saber o que era, levou-a para casa dizendo: ‘Esta linda senhora queria vir ter comigo…’ Até que as freiras, voltando para a visitar, viram e perguntaram de onde vinha.”
A estátua ficou alguns anos guardada na secretaria paroquial local e o agora cardeal Marengo só soube o que tinha acontecido no ano passado. Nessa altura intuiu que Maria estava a “dizer algo” à comunidade católica e foi lá “conhecer a Senhora. Já neste ano de 2022, na festa da Anunciação e, com o acordo da comunidade, foi feito o traslado da estátua para a catedral de Ulan Bator onde foi entronizada, “para que seja mais conhecida e venerada por todos”.
A festa de 8 de dezembro último teve um gesto dos membros da comunidade que o responsável católico considerou muito significativo. É de novo Giorgio Marengo a contar: “Convidámos todos os 1400 católicos a enviar-nos um pedaço de pano particularmente significativo para eles, acompanhado de uma frase, uma oração. Cosendo-os, fizemos um manto que oferecemos à Virgem, com a apresentação das nossas orações. Foi um momento lindo, profundamente sentido.”
A Igreja Católica na Mongólia tem apenas 30 anos. É composta de diversas comunidades que envolvem, no total, cerca de 1400 fiéis.
Segundo refere o prefeito apostólico, que é italiano e integra a congregação dos Missionários da Consolata, o país está a passar por dificuldades económicas e as pessoas estão revoltadas com a descoberta de corrupção na venda de carvão. “Toda a gente está a comentar este roubo aqui e o próprio Governo o admitiu”, tendo tomado medidas para lhe pôr cobro, afirmou o cardeal.
