Igreja francesa vive pesadelo permanente

Cardeal Ricard reconhece abuso de menor e eleva para 11 número de bispos envolvidos em escândalos

| 7 Nov 2022

Éric de Moulins-Beaufort em conferencia de imprensa durante assempbleia da CBF, a 7 nov 2022, print de video

Visivelmente abalado, o presidente da CBF afirmou existirem atualmente “seis casos de bispos que foram implicados perante a justiça [francesa], ou perante a justiça canónica (…) aos quais agora se somam o bispo Santier e o cardeal Ricard”.

O cardeal Jean-Pierre Ricard, arcebispo emérito de Bordéus, duas vezes presidente da Conferência dos Bispos de França (CBF), reconheceu esta segunda-feira, 7, publicamente ter-se conduzido “de modo repreensível com uma menina de 14 anos” quando, há 35 anos, já era padre. O comunicado do cardeal de 77 anos caiu como uma bomba na reunião plenária da CBF, levando o seu presidente, o arcebispo de Reims, Éric de Moulins-Beaufort, a convocar os jornalistas para ler uma longa declaração sobre este e outros casos de abusos sexuais.

Visivelmente abalado, o presidente da CBF afirmou existirem atualmente “seis casos de bispos que foram implicados perante a justiça [francesa], ou perante a justiça canónica (…) aos quais agora se somam o bispo Santier e o cardeal Ricard. Dois outros, que já não exercem qualquer cargo, são objeto de investigações pela justiça do nosso país, após relatórios feitos por um bispo e um procedimento canónico; um terceiro foi objeto de um relatório enviado à procuradoria de justiça, ao qual não foi dada resposta até ao momento e recebeu da Santa Sé medidas restritivas de exercício do seu ministério.”

O caso do bispo Santier [ver 7MARGENS] tornou-se público a 16 de outubro, provocando uma imensa consternação pela lentidão com que foi tratado pelo Vaticano. O bispo permaneceu em funções mesmo depois de o Vaticano ter concluído o processo de investigação que certificou a conduta imprópria do prelado com dois jovens adultos. Na sua declaração pública, o presidente da CBF fez uma pormenorizada cronologia dos acontecimentos identificando com clareza quem deveria ter agido e não o fez, reconhecendo que ele próprio agiu de forma deficiente. Disse o arcebispo de Reims: “Eu poderia e deveria ter, quando Aupetit (arcebispo de Paris) me advertiu dos factos de que ele havia tomado conhecimento, insistindo para que uma investigação completa fosse realizada; poderia e deveria ter ficado mais preocupado em ver o bispo Santier ser mantido no cargo, mesmo que a sua renúncia tivesse sido aceite.”

Procurando recuperar a abalada confiança dos franceses na Igreja que está em França, o arcebispo de Reims afirmou que o processo do bispo Santier “deixa claro que os bispos, tal como os padres, não sabem lidar com crimes e contravenções. Não somos magistrados nem policias e não temos de nos tornar nisso. Devemos estar cientes desta nossa incompetência e buscar resolutamente a ajuda de terceiros competentes.”

A assembleia plenária da CBF, que decorre em Lourdes, termina esta terça-feira, 8 de novembro.

 

Comissões de proteção de menores da Igreja ouviram 927 vítimas

Espanha

Comissões de proteção de menores da Igreja ouviram 927 vítimas novidade

A Conferência Episcopal Espanhola divulgou hoje, dia 1 de junho, uma nota intitulada Para dar luz em que comunica ter recolhido depoimentos voluntários de 927 vítimas enquanto menores de crimes sexuais cometidos no interior da igreja por 728 diferentes abusadores. As declarações foram prestadas por iniciativa das vítimas às comissões de proteção de menores da Igreja e não pretendem cobrir a totalidade dos casos ocorridos.

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Breves

 

Terça, 30, às 18h

Legado de Alfredo Bruto da Costa debatido na Feira do Livro

O livro O Que Fizeste do Teu Irmão? – Um Olhar de Fé sobre a Pobreza no Mundo, de Alfredo Bruto da Costa, é o ponto de partida para o debate que, nesta terça-feira, reúne Nuno Alves, economista do Banco de Portugal e membro da direcção da Cáritas Portuguesa, com Margarida Bruto da Costa, filha do autor.

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Próxima JMJ será em Seul, na Coreia do Sul, em 2027

Segundo o "Religion Digital"

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A próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será em Seul, capital da Coreia do Sul, em 2027 – é o que garante, sem citar fontes, o Religion Digital de dia 1 de junho. O diário digital espanhol assegura que “no dia 6 de agosto, durante o encerramento da JMJ em Lisboa, o Papa Francisco anunciará o local do próximo encontro de jovens católicos, previsto para 2027. E será a Coreia do Sul, especificamente a sua capital, Seul”.

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