
Taizé. Foto © Marta Marques
Paz. É o que sentimos em Taizé.
O espírito de grupo, as orações e até as refeições revelam a verdadeira essência deste lugar.
Lugar que é mais que lugar: é templo, é família, é casa.
Chega a alcançar a condição de ser vivo, que se modifica, evolui, mas que, felizmente, se mantém ligado à sua natureza de paz.
A um ano de constante subida e descida, corrida e paragem brusca, pressa e velocidade, segue-se uma semana em que apenas é pedido ser. Tão simples na sua execução, mas tão complexo na sua essência.
Uma semana que, por ser tão simples, passa a correr. Quase com a velocidade do ano anterior, mas com a grande diferença de nela se estar em equilíbrio absoluto com o mundo e com os outros.
São raros os lugares que proporcionam esta sensação. A emoção que se sente quando se está junto ao altar, a intimidade, todo o ambiente que envolve, cuida e estima foca o contraste com os sentimentos primordiais que se têm no resto do ano: cansaço, desânimo, revolta para alguns. Revolta para com o mundo que sabe o preço e não o valor, o número e não a coisa; que vende e não dá, que mente e não acredita.
Taizé muda isso. Apaga os fogos dentro de nós, amaina as chuvas, controla as tempestades e dá-nos tempo. Acima de tudo, dá-nos tempo, nem que seja para refletir e para viajar não fora, mas dentro.
Assim é Taizé: hospital do espírito, cura da alma, a estrela que brilha no alto, templo que acolhe, ser que se ergue na vida.
Em Taizé todos se atrevem a sonhar com a melhoria do mundo.
Marta Marques é albicastrense e trabalha na Universidade de Southampton (Inglaterra); faz voluntariado há vários anos e está envolvida em projetos educativos intergeracionais com várias instituições.