
Cardeal Matteo Zuppi, durante a visita a Moscovo, em junho 2023. Foto © Vatican Media.
Depois de Kyiv, Moscovo e Washington, o cardeal italiano Matteo Zuppi – delegado papal para a mediação do conflito na Ucrânia – rumou a Pequim para encontrar-se esta quarta-feira, 13 de setembro, com o primeiro-ministro Li Qiang, naquela que é assumida pelo Vaticano como “mais uma etapa para apoiar as iniciativas humanitárias e a busca de caminhos que possam levar a uma paz justa”.
A notícia foi avançada pelo jornal italiano La Reppublica na manhã desta terça-feira e confirmada ao início da tarde pela Sala de Imprensa do Vaticano. “De 13 a 15 de setembro de 2023, o cardeal Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, acompanhado por um funcionário da Secretaria de Estado, viajará para Pequim como enviado do Santo Padre Francisco”, diz o comunicado
Zuppi, que esteve em Berlim desde segunda-feira para o encontro promovido pela Comunidade de Sant’Egidio, “A audácia da paz“, juntamente com os líderes das principais religiões do mundo e representantes políticos e culturais de 40 países, afirmou, à margem do evento, que o papel da China no processo de conquista da paz é “talvez um dos elementos mais importantes”. Os caminhos da paz, acrescentou, são por vezes “imprevisíveis e precisam do compromisso e envolvimento de todos e de uma grande aliança para que a paz avance na mesma direção”.
Em resposta às sugestões de que, até à data, os esforços diplomáticos falharam, Zuppi argumentou que continua a valer a pena o esforço. “Se não tentarmos nada, nunca falharemos, mas nunca conseguiremos fazer nada”, disse ele. “É sempre melhor tentar.” E acrescentou: “A paz tem de chegar, tem de chegar já, o mais rápido possível”.
Tal como aconteceu nas etapas anteriores da missão de Zuppi, o programa da visita que o cardeal realizará à capital asiática não será conhecido antecipadamente.
Matteo Zuppi visitou Kyiv a 5 e 6 de junho, Moscovo a 28 e 29 de junho, e depois Washington, de 17 a 19 de julho. Durante os dois dias na Ucrânia, o arcebispo de Bolonha reuniu-se com o presidente Volodymir Zelensky e Dmytro Lubinets, comissário parlamentar ucraniano para os Direitos Humanos, bem como com membros do Conselho de Igrejas e Organizações Religiosas.
Em Moscovo, o cardeal Zuppi não se encontrou com Vladimir Putin, mas teve uma longa conversa com Yuri Ushakov, assistente do presidente da Federação Russa para Assuntos de Política Externa, e com Maria Lvova-Belova, comissária para os Direitos das Crianças. O enviado do Papa teve ainda um encontro – descrito como “frutífero” pela Santa Sé – com o Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia, Cirilo.
Em Washington, Zuppi conversou primeiro com Timothy Broglio, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, depois com alguns membros da Comissão de Segurança e Cooperação na Europa, e foi ainda à Casa Branca, onde teve um encontro que durou mais de uma hora com o Presidente Joe Biden, a quem entregou uma carta do Papa.